A reformulação das categorias de base do Cruzeiro teve o pontapé inicial já nos primeiros dias após a posse da nova gestão. Os resultados, mesmo com um projeto pensado para o longo prazo, começam a ser colhidos em menos de um ano de implantação das novas metodologias. Levando em consideração só os resultados esportivos de base, a Raposa foi destaque nas principais competições estaduais, sendo finalista do Campeonato Mineiro em todas as categorias e conquistando os troféus do Sub-14, Sub-17 e Sub-20.

O Diretor Executivo das Categorias de Base do Cruzeiro, Roberto Braga, comemorou as conquistas, mas frisou que os títulos precisam ser consequência de um trabalho de formação. “É um desejo nosso resgatar este ímpeto de campeão. Mas não queremos isso a qualquer custo, não queremos ganhar sem formar, sem priorizar o talento. O título tem que ser consequência do dia a dia, dos treinos, do desenvolvimento dos aletas, da boa estrutura, boa alimentação, processo de captação bem feito. Trabalhamos com a meta de desenvolver o clube e ter bons jogadores que possam atuar no profissional. Partindo destas frentes, queremos conquistar os títulos. Isso é importante para a formação dos atletas”, diz.

Seguindo essa premissa, mais importante que levar troféus para a Toca da Raposa 1, são as conquistas do ponto de vista institucional. Para isso, um dos primeiros atos da atual gestão foi aproximar o Sub-20 com a equipe profissional, ao levar os treinos da categoria para a Toca da Raposa 2. No intuito de que o processo de transição dos jovens talentos seja mais rápido e menos desgastante, o clube ainda definiu uma metodologia institucional que está aplicada tanto no profissional, quanto em todas as categorias da base Celeste.

“A metodologia em campo está além dos treinadores, dos diretores e demais profissionais do clube. É uma ideia institucional que passa por cima de qualquer pessoa específica. O clube quer ter uma identidade. Nós somos executores dessa identidade, cada um com sua particularidade, mas parte de uma ideia maior do clube. Isso é positivo pois fica mais fácil selecionar profissionais e atletas. Quando todos sabem o que o clube espera, existe mais clareza no dia a dia, sobre qual caminho seguir. Isso ajuda jogadores, treinadores e staff. Quando um atleta subir para o profissional, queremos que ele possa já ser formado em uma determinada ideia de futebol, que já está acontecendo lá no profissional. Isso facilita o processo de transição, que é tão desafiador”, explica.

Os resultados dessa estratégia institucional já podem ser notados. Ao longo da temporada de 2022, o Cruzeiro utilizou no time profissional mais de 20 atletas oriundos da base, que atuaram em competições de nível estadual e nacional, como a Série B do Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. “Para o futuro esperamos melhorar ainda mais o nível de detalhes dos processos e a solidez em todas as categorias, em todos os setores. Com isso, a expectativa é estabelecer um selo de qualidade que imaginamos ter na formação e na transição de jogadores, para que possamos alcançar o nível que o Cruzeiro almeja, que é muito alto”, finaliza Roberto.

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Por Pedro Carvalho

Foto: Tiago Trindade/BHFOTO